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Uma Introdução à Tecnologia Aplicada à Educação
INTRODUÇÃO
Quando se fala em tecnologia,
evoca-se a concepção de complicados aparatos eletrônicos de informática e de
comunicação, por exemplo. Na verdade, tecnologia é qualquer uso de
instrumentação que possa servir como facilitador de um determinado propósito.Assim, da mesma forma como o homem
primitivo se utilizava de um simples pedaço de rocha para escavar sua caverna,
para se defender ou buscar seu alimento, ou um pescador que se utiliza de uma
rede para pescar uma quantidade maior de peixes, a tecnologia da informação não
é tecnologia somente por representar uma intrincada teia de circuitos
eletrônicos, mas por proporcionar ao ser humano a facilitação para o desempenho
de certas atividades.No aspecto direcionado para o debate
proposto neste artigo, poder-se-ia considerar que um giz e um quadro-negro já
foram considerados tecnologias atuais, assim como o são atualmente os recursos
audiovisuais e outras parafernálias eletrônicas utilizadas para facilitar o
processo de ensino-aprendizagem.À parte essas tergiversações, o foco
principal deste artigo se imbrica na questão da tecnologia – aqui considerada
como principalmente os recursos de informática e de comunicação – de forma a se
apreciar as duas vertentes que se envolvem nessa discussão, que aproveitamos
para caracterizar como problemática investigada: a tecnologia representa
realmente uma perspectiva de mudança paradigmática no contexto educacional,
podendo promover uma eficácia na qualidade de ensino?Para responder a essa indagação,
efetuou-se uma revisão literária, em que foram elencados autores que discutem
abertamente essa questão, uns concordando com essa argumentação, outros
colocando-se em contraposição.Portanto, o interesse se funda na
tentativa de não somente observar o contexto do fator tecnológico à luz das
evidências apregoadas como relevantes, mas sobretudo apontar para um caráter
reflexiológico, que considera esses doutrinamentos como pressupostos em que se
observa uma visão simplista: a do aluno como mero objeto de absorção de
conhecimentos, mesmo sendo a proposta da tecnologia embasada na concepção da
resolução de problemas, aos quais o aluno se estaria integrando.
ALTERAÇÕES NO
CONTEXTO EDUCACIONAL EM FUNÇÃO DA INCORPORAÇÃO DA TECNOLOGIA
Observa-se, no cotidiano
contemporâneo, que as tecnologias pertencem, mais do que nunca, ao presente
humano, em qualquer circunstância. A queda nos preços das tecnologias de
comunicação, o avanço significativo da informatização, a globalização da economia
e a facilidade de acesso ao conhecimento vêm alterando de forma substancial e
acelerada as relações da humanidade em todos os sentidos.Essas mudanças e a velocidade com que
se incorporam mais e mais no universo de pessoas em diferentes cenários e com
diversas expectativas tem proporcionado uma modificação nas relações entre
grupos e instituições, criando, ao mesmo tempo, uma diversidade de aplicações
que até há pouco tempo seriam impensáveis.Como afirma Moran (1994), uma das
consequências deste cenário é uma nova dimensão na área do conhecimento. O uso
das novas tecnologias a serviço da educação permite que um universo cada vez
maior de pessoas tenha acesso a informações em uma velocidade que se aproxima
do instantâneo.Sartori e Roesler (2003) contribuem
para esta argumentação, salientando que, em função da enorme capacidade de
transmitir, processar e armazenar informações, em cojunto com as
potencialidades comunicativas das novas tecnologias, a demanda sobre a educação
tem sido direcionada no sentido de superar ultrapassadas práticas educativas,
que se baseiam principalmente no modelo de produção industrial utilizado desde
que se estruturou a política de ensino no país.Pelo pensamento dos autores,
percebe-se que a aplicação de tecnologias na educação tem por fundamento
inaugurar novos modelos pedagógicos, desta feita voltados para o engajamento
participativo, em uma sociedade em constante mutação.Já não é novidade que essa mutação,
no que concerne ao cenário educacional, vem se configurando pela utilização de
equipamentos de informática, de modo crescente a cada dia. Em consequência,
muitas investigações a respeito desta influência tecnológica no sistema
educativo vem sendo geradas. No ponto de vista de Braga (1999), a maioria das
pesquisas visando discutir o sistema educacional, em nível mundial, procuram
embasamento em teorias ligadas à tentativa de entendimento sobre como o ser
humano adquire conhecimentos, de forma a estabelecer uma relação com o processo
educacional.Sem dúvida, a partir do entendimento
de como o ser humano aprende, se pode utilizar métodos e técnicas específicas
visanto obter uma melhor performance educativa, aprimorando, por conseguinte,
os processos de ensino e aprendizagem. Além do mais, tem-se, como ilustram
Sabariz e Barreto (1999), que o uso de computadores e softwares pode
ser muito agradável e realmente motiva os alunos para a aprendizagem, tanto que
pode-se observar alunos consultando mais computadores do que livros.Isso leva a crer que o aluno moderno,
muito em breve, deverá abandonar o comportamento passivo do ensino tradicional
e passar para um comportamento ativo, onde sua principal função é explorar o
material didático disponibilizado e interagir com o professor e com os outros
alunos. Quanto ao professor, ele não é mais o centro das atenções como antes. O
aluno sente que deve aprimorar sua capacidade auto-didática para assim adquirir
o melhor controle da aprendizagem (SABARIZ e BARRETO, 1999).Essa concepção é corroborada por
Almeida (1999) e Valente (1999), quando discutem que o uso crescente da
tecnologia de informação e comunicação em escolas brasileiras tem por
fundamento o caráter inovador de inserção do computador na escola com ênfase na
mudança educacional e na aprendizagem do aluno. Embora a almejada transformação
do sistema educacional não tenha se concretizado nesses projetos, eles lançaram
as bases para a formação de uma massa crítica de pesquisadores que influenciou
iniciativas posteriores.É o que se verifica na atual política
educacional, quando vislumbra-se que programas governamentais destinados à
introdução dessas tecnologias na educação começam a se tornar realidade não
mais como experimentos-pilotos, e atingem umpercentual considerável de escolas.Para Pellegrino et al (1998, p. 4),
"não se trata de uma formação voltada para atuação no futuro, mas sim de
uma formação direcionada pelo presente, tendo como pano de fundo a ação
imediata do educador". Neste posicionamento, identifica-se a procura pelo estabelecimento
de uma congruência entre o processo vivido pelo educador formando e sua prática
profissional.Isso porque, a partir da convivência
com os desafios e outros fatores que interferem no trabalho educativo, na busca
conjunta de alternativas para sobrepujar as dificuldades, no compartilhamento
de conquistas e fracassos, nas reflexões na e sobre a própria ação, o educador
tem a possibilidade de compreender o que, como, por que e para que empregar o
computador em sua ação (IMBERNÓN, 2000).
O QUE A INTRODUÇÃO
DA TECNOLOGIA TRAZ DE BENEFÍCIO PARA A EDUCAÇÃO
De acordo com Sancho (1998), a
introdução de novas tecnologias na educação remete a novos horizontes, na
medida em que os trabalhos de pesquisa podem ser compartilhados por outros
alunos e divulgados instantaneamente em rede para quem quiser. Alunos e
professores encontram inúmeros recursos que facilitam a tarefa de preparar as
aulas, fazer trabalhos de pesquisa e ter materiais atraentes para apresentação.Além disso, Tajra (1998) também
assegura que o professor pode estar mais próximo do aluno, podendo adaptar a
sua aula para o ritmo de cada um. O processo de ensino-aprendizagem pode ganhar
assim um dinamismo, inovação e poder de comunicação inusitados.Enfocando essa questão como um novo
paradigma, Machado (1995) reforça que a tecnologia de informação e de
comunicação exige a utilização de ambientes apropriados para aprendizagem,
ricos em recursos para experiências variadas, que valoriza a capacidade de
pensar e de se expressar com clareza, de solucionar problemas e tomar decisões
adequadamente, na qual os alunos possuem conhecimentos, segundo os seus
"estilos" individuais de aprendizagem.Nessa questão [da aprendizagem]
Gardner (1998) destaca que a aprendizagem se dá através da descoberta, tendo o
professor o papel de ser um guia do aluno. O uso e a interação com a tecnologia
da informação permitem essa interatividade, desmassificação e o surgimento das
salas de aulas virtuais.Analisando a questão da criação de
projetos pedagógicos, Hernandez (1998) afirma que a introdução das novas
tecnologias na educação facilita a criação destes, bem como trocas
interindividuais e comunicação à distância, redefinindo o relacionamento
estabelecido entre professor-aluno. Os professores, nesse viés, deixam de ser
líderes oniscientes e os materiais pedagógicos evoluem de livros-textos para
programas e projetos mais amplos. As informações se tornam mais acessíveis, os
usuários escolhem o que querem, e todos se tornam criadores de conteúdo.Por falar em aspectos individuais,
Moraes (1997), relacionando pesquisas atuais no segmento educacional, aponta
que o resultado destas mostra que o conhecimento se processa de forma
interligada, mas com ênfase em caminhos diferentes para cada pessoa. Desse
modo, uns se apóiam mais no visual, outros no sonoro, outros no sinestésico,
isso porque os meios de comunicação desenvolvem linguagens complementares,
supostas, que atingem o indivíduo em todos os sentidos e conseguem que cada um
encontre a forma de compreensão para a qual está mais apto.No entanto, Mercado (1999) adverte
que as novas tecnologias, por si só, não são veículos para a aquisição de
conhecimento, capacidades e atitudes, mas precisam estar integradas em potentes
ambientes de ensino-aprendizagem, situações que permitam ao aluno os processos
de aprendizagem necessários para atingir os objetivos educacionais desejados.
Todavia, as mesmas pesquisas apresentadas no estudo de Moraes (1997) registram
que os processos de ensino-aprendizagem têm contribuído na produção de conhecimentos
empíricos para a concepção de poderosos ambientes de aprendizagem com base nas
novas tecnologias.Enveredando por essa questão,
discute-se, a seguir, como as estruturas do processo de ensino-aprendizagem,
através do uso da tecnologia da informação e da comunicação, propiciou uma
mudança de paradigmas na questão da formação individual do aluno, em termos
contemporâneos.
OS DESAFIOS
IMPOSTOS PELA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
Para quem reverbera o uso da
tecnologia de informação e comunicação como um item mais do que necessário para
a construção de uma consciência educacional mais direcionada, cabe lembrar que,
desde tempos imemoriais, os sistemas educacionais têm sido profundamente
questionados por não buscarem fundamentos que possibilitem a efetivação da
formação necessária às novas competências para o cidadão planetário.O primeiro desafio, a nosso ver,
consiste na percepção de que a universalização do ensino e da formação em nível
tecnológico impõe um raciocínio que não promete resolver ou superar os muitos
desafios educacionais contemporâneos. Mais do que isso: observando o ponto de
vista de Pretto (2000), verifica-se que, inclusive, muitas as questões nessa
área são interpretadas como simples conseqüência da evolução das tecnologias,
mais precisamente da evolução da informática.Na ótica do autor, o desafio que está
sendo posto vai muito além da simples incorporação dessas tecnologias como
novas interfaces comunicacionais. Pretto observa que essa concepção sobre o uso
das tecnologias de comunicação e informação tem sido experimentada em vários
países do mundo, sendo, no momento atual, discutida sua verdadeira eficácia.Em, outro trabalho, Pretto (2000)
avalia que já está virando senso comum afirmar-se que a incorporação da
informática na educação não pode ser mera repetição dos tradicionais cursos ou
aulas, estando as mesmas, no entanto, ainda centradas na superada e tradicional
concepção das tecnologias educacionais, associadas à práticas de instruções
programadas tão conhecidas dos educadores algumas décadas atrás.Para nosso entendimento, o desafio
maior, avaliando essas interpretações, seria uma mudança de enfoque na visão da
educação dita formal, ou seja, aquela que irá permanecer no espaço escolar.
Isso porque, em nosso entender, a escola não vai desaparecer, mesmo que
inovações como a educação à distância reverberem como objetos de consumo das
instituições de ensino ou de práticas pedagógicas tidas como transformadoras.Levy (1996) considera que, no
conjunto, os desafios maiores consistem na aplicação de mudanças posturais
daqueles que se propõem a mudar o contexto educacional. O autor discute que,Quando vemos a quantidade e qualidade
das sugestões referentes à educação no Brasil, e as confrontamos com o processo
real, vem-nos à mente o conceito de "impotência institucional" que
utilizamos para caracterizar a perda de governabilidade na administração
pública em geral. Quando boas idéias e pessoas bem intencionadas e com poder
formal não levam a resultados, é preciso avaliar de forma mais ampla os mecanismos
de decisão e a dimensão institucional do problema (p. 98).De forma mais abrangente, é visível a
percepção de que a essa mudança, ou, como denomina Dowbor (1998, p. 4): "a
transformação dos espaços do conhecimento", não pode se dar apenas de
dentro dos espaços da educação, já que exige ampla participação e envolvimento
de segmentos empresariais, dos sindicatos, dos meios de comunicação, das áreas
acessíveis da política, dos movimentos comunitários, dos segmentos abertos, das
igrejas, entre outros.Isso porque, de acordo com o autor
supracitado, a educação desempenha um papel chave nestas transformações,
"[...] mas é um dos atores, e não pode olhar apenas o seu
próprio universo, sobretudo se o seu papel deverá ser crescentemente o de
articulador nos diversos subsistemas" (p. 3, grifo no original).Portanto, percebe-se que não há
fórmula para as alternativas institucionais. Não obstante, as transformações
que nos interessam mais diretamente se dão sem dúvida na base, na própria
escola. Dowbor (2001), inclusive, reforça que é importante ter a visão de que o
conjunto educacional está progressivamente se reformulando, sendo necessário,
então, que todos os segmentos sociais sejam conclamados a um melhor
entrosamento, para uma devida compreensão das novas tecnologias e dos novos
desafios, bem como para trazer idéias sobre soluções institucionais que gerem
melhores condições de sua aplicação.
O QUE SE PODE
ESPERAR DO BINÔMIO TECNOLOGIA X EDUCAÇÃO: AS PERSPECTIVAS ATUAIS
Gadotti (2000), ilustre educador
contemporâneo, cita que, desde 1969, com os estudos protagonizados por McLuhan,
que se discute em relação às conseqüências da evolução das novas
tecnologias, centradas na comunicação de massa e na difusão do
conhecimento. Contudo, estas ainda não se fizeram sentir plenamente no
ensino, pelo menos na maioria das nações.Para este autor, somente
a aprendizagem a distância, principalmente a baseada na Internet, é que
parece ser a grande novidade educacional neste novo milênio. Como destaca,
"[...] a cultura do papel representa talvez o maior obstáculo ao uso
intensivo da Internet, em particular da educação a distância com base na
Internet" (p. 5).Por isso, os jovens que ainda não
internalizaram inteiramente essa cultura adaptam-se com mais facilidade do que
os adultos ao uso do computador. Eles já estão nascendo com essa nova cultura,
a "cultura digital".Por outro lado, Silva e Marchelli
(1998), consideram que os sistemas educacionais ainda não conseguiram avaliar
suficientemente o impacto da comunicação audiovisual e
da informática, seja para informar, seja para bitolar ou controlar as
mentes. Os que defendem a informatização da educação sustentam que é preciso
mudar profundamente os métodos de ensino para reservar ao cérebro humano o que
lhe é peculiar, a capacidade de pensar, em vez de desenvolver a memória.
Destarte, a função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a
pensar criticamente. Para isso é preciso dominar
mais metodologias e linguagens, inclusive a eletrônica.Como discute Dowbor (1998),
costuma-se definir a era atual como a "era do conhecimento". Se for
pela importância dada hoje ao conhecimento, em todos os setores, pode-se dizer
que se vive mesmo na era do conhecimento, na sociedade do conhecimento,
sobretudo em conseqüência da informatização e do processo de globalização
das telecomunicações a ela associado. Pode ser que, de fato, já se tenha
ingressado na era do conhecimento, mesmo admitindo que grandes massas da
população estejam excluídas dele.No entanto, o que se constata é a
predominância da difusão de dados e informações e não de conhecimentos. Isso
está sendo possível graças às novas tecnologias que, na opinião
Gadotti (2000), estocam o conhecimento, de forma prática e acessível, em
gigantescos volumes de informações, que são armazenadas inteligentemente,
permitindo a pesquisa e o acesso de maneira muito simples, amigável e flexível.Em nossa interpretação, isso já
ocorre, porém de maneira desordenada. Pela Internet, a partir de qualquer sala
de aula do planeta, pode-se acessar inúmeras bibliotecas em muitas partes do
mundo. As novas tecnologias permitem acessar conhecimentos transmitidos não
apenas por palavras, mas também por imagens, sons, fotos, vídeos (hipermídia),
etc. Nos últimos anos, a informação deixou de ser uma área ou
especialidade para se tornar uma dimensão de tudo, transformando
profundamente a forma como a sociedade se organiza.Parafraseando Sancho (1998), as novas
tecnologias criaram novos espaços do conhecimento. Agora, além da escola,
também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se educativos.
Cada dia mais pessoas estudam em casa, pois podem, de casa, acessar
o ciberespaço da formação e da aprendizagem a distância, ou
seja, "buscar fora" a informação disponível nas redes de computadores
interligados e nos serviços que respondem às suas demandas de conhecimento.Esse é, sem dúvida, um espaço
potencializado pelas novas tecnologias, inovando constantemente nas
metodologias. Concebe-se, então, que novas oportunidades estão se abrindo para
educadores e educandos. Esses espaços de formação têm tudo para permitir maior
democratização da informação e do conhecimento, representando, portanto, menos
distorção e menos manipulação, menos controle e mais liberdade. É uma questão
de tempo, de políticas públicas adequadas e de iniciativa da sociedade. Como
enfatiza Gadotti (2000): a tecnologia não basta. É preciso a participação mais
intensa e organizada da sociedade. O acesso à informação não é apenas um
direito. É um direito fundamental, um direito primário, o primeiro de todos os
direitos, pois sem ele não se tem acesso aos outros direitos.
CONCLUSÃO
O uso da tecnologia no universo
educacional se torna imprescindível, na contemporaneidade, mais pelo processo
de mudanças que a humanidade vem enfrentando, em todos os níveis, e nos quais a
tecnologia da informação e da comunicação vem assumindo seu papel de
relevância.Como dito no preâmbulo introdutório,
há muitas formas de compreender a tecnologia. De maneira ampla, esta pode ser
entendida como qualquer artefato, método ou técnica criado pelo homem para
tornar seu trabalho mais leve, sua locomoção e sua comunicação mais fáceis, ou
simplesmente sua vida mais agradável e divertida.No âmbito do presente artigo, no
entanto, considera-se como tecnologia aquela que se relaciona com métodos
inovadores de educação, calcados na concepção de que essa tecnologia se
relaciona com o uso da informação e da comunicação.Pelo direcionamento que a pesquisa
tomou, percebe-se que essas tecnologias, contemporaneamente, são úteis ao
processo de ensino-aprendizagem, na medida em que possibilitam ao aluno
aumentar suas potencialidades educativas, bem como sua capacidade de adquirir,
organizar, armazenar, analisar, relacionar, integrar, aplicar e transmitir
informação.Várias expressões são normalmente
empregadas para se referir ao uso da tecnologia, no sentido visto, na educação.
A expressão mais neutra, denominada "Tecnologia na Educação", parece
preferível, visto que permite fazer referência à categoria geral que inclui o
uso de toda e qualquer forma de tecnologia relevante à educação. Porém, para
contextualizar o exposto neste artigo, considera-se o uso da informática e das
redes de comunicação, como a Internet, a exemplo.Não há porque negar que atualmente a
expressão "Tecnologia na Educação" é empregada direcionadamente para
a informática, que se tornou o ponto de convergência de todas as tecnologias
mais recentes. E especialmente depois do enorme sucesso comercial da Internet,
computadores raramente são vistos como máquinas isoladas, sendo sempre
imaginados em rede – a rede, na realidade, se tornando o computador.Assim, concebe-se que a tecnologia na
educação deixa aberta a possibilidade de que tecnologias que tenham sido
inventadas para finalidades totalmente alheias à educação, como é o caso do
computador, possam, eventualmente, ficar tão ligadas a ela que se torna difícil
imaginar como a educação era possível sem elas. Hoje, porém, a educação é quase
inconcebível sem essas tecnologias. Segundo tudo indica, em poucos anos o
computador em rede estará, com toda certeza, na mesma categoria.Também não se tem dúvida de que a
educação pode ocorrer através da auto-aprendizagem, isto é, através daquela
modalidade de aprendizagem que não está associada a um processo de ensino, mas
que ocorre através da interação do ser humano com a natureza, com outras
pessoas, e com o mundo cultural. Uma grande proporção da aprendizagem humana
acontece desta forma, e, segundo alguns pesquisadores, esse tipo de
aprendizagem é mais significativa – isto é, acontece mais facilmente, é retida
por mais tempo e é transferida de maneira mais natural para outros domínios e contextos
– do que a aprendizagem que ocorre em decorrência de processos formais e
deliberados de ensino.O que é particularmente fascinante
nas novas tecnologias disponíveis hoje, em especial na Internet, não é que, com
sua ajuda, seja possível ensinar remotamente ou a distância, mas, sim, que elas
ajudam a criar ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem nos quais as
pessoas interessadas e motivadas podem aprender quase qualquer coisa sem ter
que se tornar vítimas de um processo formal e deliberado de ensino. A
aprendizagem, neste caso, é mediada apenas pela tecnologia.Quando alguém usa os recursos
tecnológicos hoje disponíveis para aprender de maneiras auto-motivadas e
exploratórias, ele usa materiais de diferentes naturezas, preparados e
disponibilizados em contextos os mais variados, não raro sem qualquer interesse
pedagógico, e ele faz isso de maneira totalmente imprevisível, que, portanto,
não pode ser planejada, e num ritmo que é totalmente pessoal e regulado apenas
pelo desejo de aprender e pela capacidade de assimilar e digerir o que ele
encontra pela frente.Dessa maneira, o que se tem como
relevante para a discussão que ora se encerra, é a maneira pela qual o uso
racional da tecnologia deve ser empregado na educação, de modo a fomentar no
aluno o interesse pela pesquisa, pela resolução de problemas de maneira
autônoma e pelo uso de uma linguagem no mínimo inteligível. Assim, se justifica
o uso da tecnologia da informação e da comunicação na educação, se esta servir
aos propósitos educacionais de fato.
REFERÊNCIAS
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